quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Eu e a Noite
Fecho os olhos
e ouço a noite chegando.
O frio das paredes se espalha
no meu peito.
Frestas e vãos ainda entregam um
pouco de luz fraca.
Procuro dentro de mim
um motivo para não me distrair,
não posso dormir.
Quero estar acordada
enquanto a noite avança.
Quero ouvir seus lamentos
e sentir seus medos,
descobrir as razões,
desvendar alguns segredos.
Quero a companhia
de sua solidão.
Não me importam
seus riscos,
nem me incomodam seus caprichos.
Enquanto houver o horizonte negro
além da minha janela,
onde o céu abraça o chão
o tempo inteiro,
pensamentos são flores perdidas
e fazem de mim
o seu canteiro.
Não será preciso procurar,
as coisas vêm ao meu encontro.
As palavras que esqueci,
os amigos que tive,
os abraços que eu dei,
as rugas que não notei...
O frio da noite refresca
a memória.
Dos seus porões saem
as dúvidas.
Em seus corredores ecoam
as respostas.
Roberta Marcon
© Todos os direitos reservados
Fecho os olhos
e ouço a noite chegando.
O frio das paredes se espalha
no meu peito.
Frestas e vãos ainda entregam um
pouco de luz fraca.
Procuro dentro de mim
um motivo para não me distrair,
não posso dormir.
Quero estar acordada
enquanto a noite avança.
Quero ouvir seus lamentos
e sentir seus medos,
descobrir as razões,
desvendar alguns segredos.
Quero a companhia
de sua solidão.
Não me importam
seus riscos,
nem me incomodam seus caprichos.
Enquanto houver o horizonte negro
além da minha janela,
onde o céu abraça o chão
o tempo inteiro,
pensamentos são flores perdidas
e fazem de mim
o seu canteiro.
Não será preciso procurar,
as coisas vêm ao meu encontro.
As palavras que esqueci,
os amigos que tive,
os abraços que eu dei,
as rugas que não notei...
O frio da noite refresca
a memória.
Dos seus porões saem
as dúvidas.
Em seus corredores ecoam
as respostas.
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